segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Encerro este ciclo.

E para finalizar este processo, este blog; digo que as palavras que escrevi me foram muito útil para minha evolução pessoal. Continuarei a jogar estas palavras no vento, já que realmente acredito no potencial que elas têm de voar.

Pronto para uma nova etapa!
Até sempre!

P.S.: Novo blog, novo processo, mais uma etapa: uma vida!

sábado, 11 de setembro de 2010

Inflando.

O processo do esvaziamento é complexo e lento. É algo que se conduz numa linha temporal fora dos padrões, e é até arriscado afirmar se este processo segue mesmo uma linha temporal. Digamos que ele tem o tempo único e próprio. O que o deixa a margem deste tempo mesquinho que temos.
Sem muito enrolação, o processo concluiu seu ciclo. E agora estou aqui, novamente, para dizer-lhes que estou inflando. Estou a inflar de um ar ainda desconhecido e incerto. É um novo ar, algo jamais experimentado antes.
E aqui, no mesmo lugar em que me esvaziei, estou inflando. AR! Ar carregado de informação, de processos, de experimentações...
Agora busco a essência deste ar,
e quero saber
o que será de mim e,
quem eu vou ser.
Construção!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Novamente, esvaziando-se.

Desta vez, o esvaziar se concreta de outra forma. Não é o vazio que tomará conta de um espaço/tempo vazio. Mas isto se projetará de forma que a primeira pessoa do singular não pertença mais a esta esvazio. Ou seja, há o esvaziamento da primeira pessoa do singular. Desta forma, acaba-se por esvaziar da nostalgia e melancolia que a primeira pessoa do singular carrega consigo.

Este esvaziamento tão necessário há uma condição humana em particular, carrega consigo sintomas que será abolidos para o surgimento de uma nova vertente da produção humana em particular. O sentido lógico das situações renovará-se consigo mesmos. E a lógica da situação será outra que nem por ela própria poderia ser formulada/inventada.

Não seria mais a verdade tão buscada. Na verdade, a inverdade tornar-se-ia tão desejada que não havia de negar que há uma verdade implantada no fundo de seu alma. Tendo em vista que a verdade tendem variações onde há inverdades inseridas nela. E consequentemente, a inverdade será tão almejada e desejada por todos que grãos de verdade surgiram em seu ventre. Este surgimento não se realizará porque há verdade na inverdade. E sim, por desejarem tão vorazmente a inverdade que inevitavelmente tornará-se verdade. Não por ser verdade. Mas pelo desejo a tornar verdade para o determinado público. Já que o conceito de verdade e inverdade estão tão próximos e misturados numa solução homogênea que é difícil separá-los. E pra que o fazer? A condição humana em particular aqui presente não senti a necessidade de saber o que é verdade e o que é inverdade. Ambas apenas existem, assim como sabemos as existência de ar e vento. Quem dirá o que é o quê?

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Esvaziando,

Caminhando sobre pedras, ouço os barulhos de asas de uma borboleta, vou tornando menos matéria e mais ar. Não adianta fingi que nada está acontecendo, quando estou aqui esperando que o tempo volte.

Fico imaginando meus atos no sentido anti-horário do tempo; querendo focalizar meu olhar em algo concreto. Para não mais focalizar, no infinito o vazio.

Ainda sinto o vento na pele, mas vamos nos tornando um só; cada vez mais e mais. Há uma válvula de escapa em alguma parte de meu corpo, estou esvaziando sem poder evitar. Não me sinto mais vazia, aliás não sinto mais nada. Meus pensamentos vão saindo de mim. E continuo andando, enquanto meu corpo ainda obedece este comando.

E não demora muito para parar de vez. Deito-me sobre a grama, e fico a observar o céu. Ele estava tão diferente do que costumava ser. Era mais brilhante e ao menos tempo mais calmo, suave. O vento forte levava partes de mim. Eu ia me perdendo. Esvaziando até desaparecer.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Segundos mágicos.

Alguns miléssimos de segundos, e eu tive aquela sensação estranha, de antigamente. Alguns segundos e senti vontade de perguntar por ondes andavas. Um tempo curto para muitos, e infinito pra mim. Foram aqueles simples segundos que me fizeram ter certeza de que na verdade, tu estais aqui, vivo. Tive a certeza de que não estavas longe, não! Tu és a luzinha brilhante dentro de mim. Luzinha bonita! Segundos mágicos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Desembarcamos a moda antiga, naquela praia. Descemos de um barco pequeno na beira da praia. As ondas molhavam nossos vestidos. Braços fortes nos eram oferecidos para que tivessemos apoio para caminhar até a terra firme.

Tudo se clareou, como se o sol tivesse chegado mais próximo. E de repente, eu estava num carro indo em direção à um lugar desconhecido. Aquele rosto familiar, mas não indentificável. Aqueles sorrisos.

Não conseguia me comunicar; as pessoas falavam uma língua estrangeira dentro da própria língua. Ou fora eu quem falava? Primeira pessoa do singular; depois terceira pessoa do plural. Não sabia mais que pessoa, a pessoa deveria ser.

Mais um encontro. Havia ali uma rainha. E ela sabia quem erámos nós.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pecado

- Algumas pessoas pecam por falar demais, e outras pecam por não falar - ele disse.
A única reação que tive foi o fitar, olhando a fundo sua expressão.
Aqueles olhos não me diziam nada. Sua expressão facial simplesmente não existia. Ele me olhava como se eu fosse um ser de outro planeta. No meio desta confusão, meu coração pulou, acelerou de tal forma que só meus olhos se moviam.
- Eu peco por não falar - eu disse.
Ele continou me analisando. No fundo, não há dúvidas de que este seria meu pecado: falar pouco ou não falar nada.
Eu tentei falar palavras; palavras soltas que amenizassem meu pecado. Mas elas saiam de minha boca livres e soltas, não havia conexão. Demorei a perceber que 'coerência' não fazia parte de nosso vocabulário. Silenciei.
Estávamos em busca de uma razão em ambos. Maldita racionalidade. É a regra da ação e reação no cotidiano. Para toda reação necessita-se de uma ação e virse-versa. Eu reagi sem que houve uma ação. Ele não me conhecia o bastante para decodificar meus atos; para perceber que eu não me comunico por palavras. Minha linguagem é outra! É interiorizada, expressidade, escrita, interpretada e jamais falada.
Silêncio.
Ops, cometi meu pecado mortal.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vermelho e flores

O lugar escuro. A luz que iluminava era vermelho. Fotogramas se formavam em diversos tons vermelhos na fita que passava.
Flores, muitas flores no espaço. Passos lentos, movimentos delicados; vento leve.
De repente, uma voz, um encontro. Um abraço.
Sorrisos.
Carinho.
Machucar aqueles flores não poderia. Delicadas demais eram...
E de repente, um toque. Um único toque,
para que flores caíssem no chão; machucadas. Mortas.

terça-feira, 23 de março de 2010

Parada.

Eram 18h e eu ainda esta ali; parada. Ônibus passavam ao meu lado, soprando um vento quente de seu motor juntamente com toda poeira possível, que a rua fazia questão de doá-lo. Meu cabelo assustáva-se com aquele vento quente, e que nada tinha de acolhedor. Meus olhos fitavam o nada no infinito. E meus pensamentos voam felizes ao meu redor.
Árvores brincaram animadas na esquina da rua. Suas pequenas brincadeiras me fizeram sentir o frio de uma noite que só estava começando.
Ouvi passos que passavam por mim, ignorando me presença. Passos apressados. Sempre.
Palavras soavam perto, palavras soltas, livres, alegres, tristes e dispersas. Voavam...
Aos poucos, senti moléculas de água em meu rosto. Aos poucos, bem aos poucos. Primeiro, uma; depois outra. Uma molécula caiu em meus cílios, o que se tornou um prisma diante de meus olhos. Era o meu arco-íris particular, deformado, único.
A junção de todas estas moléculas geraram uma gota que corria sobre minha face. O conjunto de gotas formou uma correnteza que passava por meu rosto. Senti água por entre meus dedos. Meu cabelo não fazia movimento algum. A visão estava turva.
Os pensamentos tinham voado para muito longe. Havia uma bola de ar condensado dentro de mim. Era esta condensação que fazia-me pesada. Mas bastava passa a mão por dentro, que logo sentiria o vazio. Estava vazia. Era frio.
Tudo estava desfocado.
A luz estava fria.
Fotografia ruim.
Meus olhos fitavam algo que estava acima da linda do horizonte. Fui saindo de mim. Liberdade. A nítidez começou a desabrochar. Não demorou muito para que a fotografia ficasse focada. Vi meu casulo. Ali, parada. Molhada. Chuva.
Molhada estava. A chuva cantava para mim. E eu hipnotizada continuava ali, parada.
Era a chuva quem lavava minh'alma. Era a chuva quem me adorava.
Chuva.
Eu ali, parada.

sábado, 20 de março de 2010

O frio dói na pele. Caminho por uma mata aberta e escura. Apenas a lua ilumina e guia meus passos. A noite só está começando e pelo visto, vai durar uma eternidade.
Caminho devagar, há galhos quebrados e jogados no chão que podem machucar muito meus pés. Então, continuo caminhando devagar. Sinto gotículas de água impregnando meu corpo. São os orvalhos da madrugada presente na superfície de cada folha, em cada árvore.
Quanto mais ando, sinto o chão ficar mais perigoso, me machucar cada vez mais. Algo me atrai naquele lugar. Acho que se continuar andando, vou encontrar um lugar melhor. Onde vou poder passar a noite.
Os insetos da mata ficam curiosos com uma presença inusitada como a minha. Alguns deles desejam provar meu sangue para saber de qual espécie pertenço. Ouço o zumbido deles e sinto pontos de dor na minha pele. Talvez, eles queiram sujar meu sangue até que ‘fonte’ acabe.
Chego a um estágio que não sinto mais dor em meus pés, na pele, no corpo... Não sinto nada. Percebo neste momento que tudo seria mais fácil se não houvesse sentimentos e dores. Ou melhor, comprovo este fato neste exato momento.
Vejo distante ainda, um rio que cruza meu caminho. Fico ansiosa para chegar lá. Resolvo correr, correr em busca de algo que nem sei ao certo o que seria. Corro! Ao chegar bem perto do rio, desacelero e fico a contemplar. A lua refletia na superfície da água. Ela estava linda como sempre. E era como um sorriso fino me chamando para senti-la.
Vou descendo o rio, ao poucos meus pés sentem a água. É uma sensação muito boa. A água vai cobrindo meu corpo e não consigo parar de andar.
Pouco depois não sinto mais o chão. Estou flutuando, olhando a lua.
Navego por este rio tão encantador. Minha visão vai aos poucos ficando cada vez mais borrada. A lua se torna apenas um ponto claro, sem contornos. Sinto água entrando pelos meus ouvidos. Meu rosto fica coberto pela água. Enxergo o fundo do rio, e durmo num sono profundo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Beirando a loucura.

Estou beirando a loucura. Oh, estou caminhando ao redor da loucura. Ela é tão atraente que tenho vontade de entrega-me rapidamente. O pouco de consciência que ainda me resta diz que devo ser forte e não me entregar. Ele diz que ela é falsa. Sim, é uma falsa ilusão (como diz 'más línguas'). E quem não gosta de uma falsa ilusão de vez em quando? Dilema...
Talvez, seja este o caso. Não preciso exatamente da loucura, mas sim de uma falsa ilusão. Falsa ilusão daquela presença, da voz, do cheiro. Isso! Eu quero isto! O grande problema é que a falsa ilusão está tão inserida na loucura, que por muito pouco eu não percebo a distinção entre ambas. Continuo caminhando...
Sigo em frente, de cabeça baixa, pensando. Não quero ver o que me circunda. Ah não, fala sério! Não gosto de analisar o que se passa ao redor, tenho certeza de que não me agradará mesmo. Ora.
Na verdade, seria ainda melhor se não pensasse nesses fatos.
Pois bem, continuo beirando a loucura. Ainda não tinha reparado que ela tem um charme muito interessante. Me atrai peso. Nossaa! Fico pensando como seria se eu deixasse-me envolve por este charme. Não sei se eu ainda seria eu, ou se ela me tornaria uma louca como outra qualquer.
De repente, não percebendo o que está acontecendo comigo; começo a andar de uma lado para o outro, sem parar. Não paro, continuo andando, andando. Não sinto dor na perna, não sinto nada. Aquilo de alguma forma, me ajuda. Não sei explica como, mas ajuda.
Não fico mais pensando se entrego a loucura ou não. Não penso mais. Não existe pensamento. Não!
Tenho vontade de gritar; gritar um 'NÃO' para a multidão.
És que um 'não' surge aos meus ouvidos. Não foi um 'não' dito por mim, mas por alguém. Este 'não' disse-me que eu não poderia ter feito o que fiz. Eu não consegui entender sobre o que esta pessoa estava falando. Continei a andar. Fui logo impedida após alguns segundos. Fui sacudida. Sentir o peso de uma mão sobre meu rosto. Não sentir dor alguma. Parei.
Finalmente, conseguir levantar a cabeça e vi o que estava acontecendo. Já não beirava a loucura, não não não. Eu estava imersa na loucura. Flutuando sobre uma falsa ilusão.



segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

De repente, não compreendo o que se passa, retorno à realidade. Percebo que estou no meio do caos.
"Você gosta de ficar neste caos?" - uma voz pergunta.
"Não!" - respondi com toda convicção possível.
Apesar de não gostar desse caos, permaneço no mesmo lugar. Parado. Sem a
mínima vontade de sair daí. Na verdade, a vontade é tanta que acabo ficando
paralisado.
Confuso?
O que será que está acontecendo?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sonho

O ritual era o mesmo todas as noites; Anutchia preparava-se para dormir com seu cardeninho ao lado. Pouco antes de dormir, ficava pensando na vida, nos problemas, nas pessoas... E mentalizava bons sonhos para sí, porque esta era umas das poucas maneiras de conseguir evasão deste terrível mundo.
Seus pensamentos nesta noite se distinguiam um pouco do que sempre estava costumada a pensar. Anutchia, resolverá ler velhos pensamentos escritos em seu caderninho. Lembrou-se de uma noite em que estava extremamente triste com a vida. Escreverá que não desejava mais pensar tanto numa coisa, ou melhor, numa pessoa. A vida por algum motivo os afastou. E não conformada, lamentará-se todos os dias a partir do momento da despedida.
Refletia em como seus amigos eram felizes. Desejou ter a mesma felicidade. Sabia muito bem que poderia ser tão feliz quanto eles e que tudo dependia unicamente dela. Tomar consciência desse fato era também admitir que isto era um processo difícil. Resolvida a querer ser feliz por completa, decidiu afasta-se dos pensamentos que a fazia triste e para de lamentar por não ter quem ama perto.
Pensando muito em tudo isto, Anutchia caiu no sono.
De novo, a pessoa amada caminhava em sua direção. Desta vez, era diferente. Não era a pessoa de sempre. Seu modo de agir a fizeram lembrar de todos os defeitos da pessoa amada, defeitos que há muito já esquecera que um dia existiram. Era como se naquela hora apenas os defeitos existissem contido na pessoa.
A pessoa estava com raiva. Sim, raiva porque sabia que ela estava decidida a esquecê-la. Na verdade, esquecer não é bem a definição. Ela queria superá-la e lembrar apenas com carinho desta pessoa. Não queria mais ser triste, este era o objetivo principal. O resto? Consequência.
No sonho, eles brigaram. A pessoa amada ou ex-amada queria bater nela. Uma ira tão grande a sucumbiu. Não podia está acontecendo isso, NÃO! Ela não admiti isto é hipótese nenhuma. Anutchia sempre soube que a pessoa jamais faria uma coisa dessas. Como assim? Como pôde acontecer. Explicações faltaram.
Assustada, Anutchia acordou. Seu coração estava acelerado e sua respiração cansada. Acordou confusa, tentando lembrar do que havia sonhado. Não queria acreditar no que estava lembrando. Ficou mais confusa ainda.
Rapidamente, pegou seu caderninho e começou a escrever palavras soltas para não esquecer do sonho. Escreveu: "Eu, pessoa, briga, raiva". Durante o dia todo ficou pensando nisto. Chegou a conclusão de que há muito muito tempo estava idealizando a pessoa amada. Idealizando coisas que não existiam numa pessoa comum. Era isto que a fazia mais triste, porque lamentava por não ter a pessoa amada perfeita ao seu lado; sendo que um dia já teve. Lamentava por saber ou supor que não encontraria mais ninguém assim.
Sabia agora que a pessoa amada nunca foi perfeita. Porque a perfeição é algo que não existe em seres ditos humanos. Ainda somos matéria bruta e imperfeita. A partir deste momento, encontrou um motivo maior para ser feliz: Não havia perfeição nas pessoas. Então, ficou feliz por saber que era imperfeita e que não almejava isto. Ficou feliz por depois de muito tempo conseguir (re)perceber os defeitos da pessoa amada. Neste momento, agora, desejava muito que a pessoa amada fosse feliz na imperfeição humana que a circunda.
Finalmente, depois de anos conseguiu livrar-se de idealizações. Estava feliz com a sua realidade. Pela primeira vez, sentiu-se feliz como seus amigos eram.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Então, como quem vai à esquina, ela se foi para nunca mais voltar.

Dedicado à L.B. com carinho.
Exatamente assim aconteceu. Não entendi muito bem. Estávamos ótimas, conversando sobre a vida; reclamando, constatando, fofocando... Essas coisas que todo mundo faz.
De início, pensei que tinha dito algo que a magoou. Fiquei pensando um bom tempo nisto. Mas de acordo com minhas lembranças, eu mais a tinha escutado do que falado de fato. Ouvi todos seus lamentos, seus progressos e evoluções pessoais. Não posso negar que foi muito bom ouvir palavras que me fizeram perceber que já não mais conversava com uma menina. Não, era uma mulher que estava em minha frente, caminhando para a maturidade ou já se encontrava por lá.
De repente, foi tudo culpa da maturidade. Sim, foi ela a culpada. Porque depois de um tempo, tudo fica mais claro e frio, vamos perdendo toda ingenuidade. Apesar de que, há exceções. Mas no caso dela, especificamente dela não era exceção; era a confirmação de tal fato.
Ela tinha perdido sua ingenuidade e pureza. A maturidade queria a sucumbir por inteira; e eu não sabia se ela tinha permitido ou se aconteceu sem que ela percebesse ou se lutou contra isto e não obteve êxito. Não sabia que quase nada, pra falar a verdade.
Em alguns momentos, ela era ríspida em suas palavras. Falava com muito segurança e fé no que dizia quando citava fatos da vida. Depois de ouvi-la por um bom tempo, tudo parecia mais normal. E de certo modo, muitas coisas são. Só que as dimensões de fatos dependem de como lidamos com eles.
Ela parecia um anjo falando. Ou melhor, uma alma muito vivida e que depois de milhões de encarnação tem créditos para falar sobre a vida. Ela nem dá o valor que damos a vida, já que sabe que esta é apenas mais uma passagem, com reencontros, criação, conhecimentos novos e despedidas.
Então, como quem vai à esquina, ela se foi para nunca mais voltar. E eu estou aqui a esperá-la, tentando ainda absorver tudo que tinha me dito.